Fale Conosco aqui

Já imaginou receber a notícia de que não poderá mais comer pães, bolos, tortas, biscoitos, pizzas feitas de farinha de trigo?

Para muitos essa é uma opção e não consumir glúten é levado como um estilo de vida. Mas para 1% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa não é uma escolha e sim uma necessidade.

A doença celíaca não tem cura e o único tratamento é não ingerir alimentos que possuem glúten, uma vez que a ingestão dessa proteína, presente no trigo, cevada, centeios e derivados, danifica o revestimento do intestino delgado e pode interferir na absorção de nutrientes. Ela é considerada uma doença autoimune pois as próprias células de defesa imunológica agridem as células do organismo, causando um processo inflamatório, neste caso, a  inflamação é provocada pelo glúten.

Geralmente os sintomas aparecem entre os seis meses e dois anos de vida, porém podem se manifestar na idade adulta também. Entre os principais sinais da doença estão a dor abdominal, constipação, gases, náusea, perda de peso e diarreia. Além desses, ainda há outros sintomas que não são relacionados com o sistema digestivo, como: anemia, dermatite herpetiforme (lesões bolhosas na pele), lesões na boca, cansaço, formigamento nas mãos e pés, alterações de humor, dor nas articulações, menstruação irregular e problemas de crescimento em crianças. Diferente de uma alergia alimentar que é uma reação do sistema imunológico e que pode começar imediatamente após o consumo, a doença celíaca tem sintomas que levam tempo para ir dos mais leves para os mais graves.

O diagnóstico é feito a partir dos sintomas, histórico familiar, já que a doença celíaca tem causa principalmente genética, e exames como de sangue de sangue, urina, fezes e biópsia do duodeno por meio de uma endoscopia. Esse exame tem finalidade de observar a integridade do intestino e possíveis sinais que indiquem a existência da doença, no paciente celíaco a mucosa do intestino estará atrofiada. Depois de diagnosticada, a doença precisa ser controlada, se o celíaco continuar ingerindo o glúten pode haver complicações bastante sérias como cânceres intestinais, desnutrição, osteoporose, infertilidade e aborto espontâneo.

Como controlar a doença celíaca

Com esse diagnóstico, todos os alimentos e derivados que contêm glúten devem sair do cardápio. Além de pães, bolos, pizzas, outros alimentos podem conter essa proteína, como é o caso de alguns molhos de tomates, sopas instantâneas, achocolatados em pós e até cervejas. Alguns cosméticos também podem possuir glúten, porém apenas aqueles que acidentalmente podem ser ingeridos, como batom, enxaguante bucal e pasta de dente, precisam estar livre de glúten pois podem apresentar perigo.

Ainda é preciso se preocupar com a contaminação cruzada que ocorre quando o alimento seguro (sem glúten) entra em contato com um alimento contaminado (que contém glúten) e acaba ficando com uma pequena quantidade da proteína. A contaminação cruzada pode acontecer no pré-preparo, tratamento, armazenamento, transporte e são fontes de contaminação esponjas, panos de prato, colher de pau, óleo para fritura, entre outros. A farinha de milho, por exemplo, não contém glúten, mas pode ter traços da proteína por ser processada no mesmo preparo da farinha de trigo. Por isso é importante ficar atento aos rótulos, a lei brasileira obriga que a indústria de alimentos informe no rótulo se aquele produto contém glúten ou não.

Com o desenvolvimento do mercado de alimentos, mais opções estão disponíveis para os celíacos e hoje em dia ter que conviver sem o glúten não significa que a alimentação será sem graça ou monótona, como macarrão feito com farinha de milho e de arroz, biscoito de farinha de araruta e amido de milho ou pão com farinha de grão de bico e farinha de arroz.

Além disso, muitos alimentos que são consumidos diariamente já não possuem glúten, como as frutas; legumes, vegetais e tubérculos como inhame, mandioca, batata e batata doce; carnes, ovos, mariscos e peixes; feijão, ervilha, lentilha e soja; farinha de arroz, farinha de mandioca, amêndoa, coco, alfarroba, quinoa e ervilha; arroz, milho, trigo sarraceno e quinoa; amido de milho; goma de tapioca; fécula de batata; polenta; sal, açúcar, chocolate em pó, cacau; gelatina; óleos vegetais, incluindo o azeite de oliva; oleaginosas, como amêndoas, nozes, castanha, amendoim e pistache; leite, iogurte, manteiga e queijos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *